Ontário,
Canadá - 10, março, 1994.
- Não faça isso Jeremy! - A jovem dos olhos
azuis implorou, deixando lagrimas desesperadas caírem por seu rosto, ao homem a
sua frente.
- Eu te avisei vadia! - o homem gargalhou
cruelmente, pegando a criança dos braços de Patricia.
Antes
de deixar a humilde casa, Jeremy empurrou a morena com tamanha força, capaz de
fazê-la cair largada no chão de madeira. A mulher tentou lutar para pegar seu
filho de volta, mas foi impedida por dois capangas do bandido, que a forçaram
observar seu filho ser levado de seus braços, com poucos dias de vida, pelo
homem que ela mais temia no momento dentro daquela BMW preta.
Atlanta,
Geórgia, EUA - 5, março, 1997.
- Você tem certeza que consegue? - a loira
perguntou hesitante em entregar a criança nos braços de Pattie.
- Já fiz isso antes, eu consigo. - A morena
sorriu confiante, estendendo os braços. - Ela é linda. - exclamou ao ter a
pequena nos seus braços.
- Sim... Como chamará?
- Allyson, Allyson Mallette. - Patricia
apertou à pequena, rosada e graciosa, em seus braços, feliz por tê-la.
Atlanta,
Geórgia, EUA - 20, junho, 2004.
- Mas pai...
- Sem essa, pirralho! Mata logo! - Jeremy
gritou nervoso. - Vamos caralho, aperta o gatilho e mata esse arrombado.
Assustado
com os gritos do pai, que já se encontrava bêbado e drogado, Justin olhou para
o cara a sua frente, que clamava por misericórdia. Ele havia tentando passar a
perna em Jeremy, nada mais justo que a morte, não? Não, para Justin isso era
errado. Como ele poderia tirar a vida de uma pessoa?
- Vai logo, ou quem morrerá será você, viado!
- Jeremy gritou novamente com a criança.
Justin
já havia tido algumas aulas de tiros, e presenciado seu pai matar seus
inimigos, sabia exatamente o que fazer, apenas não tinha coragem. Novamente os
gritos alterados de Jeremy ecoaram pelo galpão, causando medo no menino. Ele
sabia que Jeremy não brincava com ameaças, ele realmente poderia mata-lo. Seu
medo tomou conta de seu corpo, o fazendo destravar a arma, e um pequeno sorriso
orgulhoso nascer nos lábios de Jeremy, que ansiava esse dia mais que tudo. O
dia em que seu filho se tornaria um homem, um pequeno clone de si próprio. Com
mais alguns gritos incentivadores do pai, o garoto segurou firme a PT 840 em
suas mãos, e pressionou o dedo no gatilho. Seu corpo moveu-se milimetricamente
para trás, por conta do impacto, e um barulho ensurdecedor tomou conta do
lugar. O menino havia acertado um tiro no meio da testa do homem. Aquilo
trouxera muito orgulho para Jeremy. O garoto olhou o cadáver a seus pés,
sorrindo abertamente, aquilo lhe trouxera uma sensação de controle, poder e
superioridade, a qual o agradou muito. Seus orbes cor de mel mudaram o foco
para o pai, que sorria orgulhoso, enquanto vibrava e virava a garrafa de
whisky, que tinha em suas mãos.
- Venha comemorar menino. - chamou Justin,
lhe estendendo um copo cheio da bebida amarela. Justin o pegou, encarou um
pouco, e logo o virou de uma só vez, o que lhe causou uma careta horrível, e
uma forte ardência na garganta, porém, isso não o impediu de virar mais vários
e vários copos.
Atlanta,
Geórgia, EUA - 7, setembro, 2007.
A
pequena Allyson não parava quieta. Pulava de um lado para o outro, por todo o
enorme teatro, junto às coleguinhas da aula de balé. O primeiro recital da
garota, jovem amante da dança. Isso era motivo de comemoração. Era também o
aniversario de Juan, seu primo mais velho e seu melhor amigo.
- Querida, está na hora! - Pattie a chamou.
- Eba! - gritou entusiasmada, correndo para
os acolhedores braços de sua mãe. - Mãe, vou dançar perfeitamente para o Juan.
Vai ser o presente dele.
- Isso mesmo meu anjo. - Pattie sorriu,
beijando a bochecha rosada da garota. - Agora vai lá, não queremos que não
entre no palco, certo? - perguntou e a garota assentiu rindo.
Ela
a colocou a garotinha no chão e deu uma ultima ajeitada no colan rosa choque e
nos cabelos rebeldes da pequena, que se encontrava preso em um coque bem feito.
- Vai lá e arrasa minha mocinha. - beijou-lhe
a testa.
- Eu vou brilhar mamãe. - Allyson sorriu
confiante e saiu saltitando para juntar-se ao seu grupo.
Após
curtas recomendações da professora, todas as garotas entraram no palco, para
fazer o Lago dos Cisnes. Os passos eram fofos e ritmados, e bem avançados para
garotas de 10 anos de idade. Elas finalizaram a apresentação, recebendo um
enxame de palmas e se posicionaram para sair do palco, mas não antes de Ally
apontar para o primo, que comemorava 13 anos, e fazer um coração, o dedicando
sua apresentação.
Atlanta,
Geórgia, EUA - 1, março, 2010.
- Pai! - Justin gritou ao ver eu pai ser
atingido em cheio no peito.
Antes
de correr até ele, deu dois tiros certeiros em um dos capangas de Tom, que o
tinha na mira, e saiu em disparada em direção ao seu pai. O garoto se agachou
ao lado de seu pai, que se encontrava caído no meio de uma das maiores avenidas
de Atlanta, envolto de uma possa de sangue.
- Calma pai, você ficará bem. - Justin disse
esperançoso.
- Não... - o homem murmurou com dificuldade.
- Eu... Eu morrerei. - falou e o filho negou. - Jus... Justin... Eu deixo...
Deixo tudo por... Sua conta. - Jeremy disse já fraco. - Cuide de tudo.
- Não pai! - o garoto negou desesperado. -
Você não morrerá! - gritou. - eu te levo para o hospital, mas você não morrerá!
- começou a entrar em desespero.
- Não... - Jeremy negou. - Está na minha hora
filho... Eu... Eu tenho... Mu... Muito orgulho de você. Você se tornou um
Bieber de verdade, e eu me orgulho disso. - Justin sorriu, deixando uma lagrima
descer por seu belo rosto. - Não chora pirralho! - o pai disse, forçando um
pouco a voz, e fechou os olhos, sentindo uma dor no peito. - Já não basta esse
cabelo, não seja gay! - Jeremy já estava no seu ultimo.
- Pai, você não pode morrer! Eu estou pronto.
- Justin disse.
- Esta sim. - Jeremy disse suspirando pesado
e fechando os olhos aos poucos. - Livro... - murmurou fraco. - Biblioteca... -
falou buscando ar nos pulmões. - Livro na biblioteca... Carta...
- Como? Pai? Por favor, não de deixa! -
Justin pediu sentindo seu rosto quente pela quantidade de lagrimas. - Pai, por
favor, fala comigo. - gritou chacoalhando o homem, mas já era tarde demais, ele
estava morto. Ele se foi deixando o garoto de 16 anos, no dia de seu aniversario,
cheio de duvidas e tentando entender suas ultimas palavras.
Jeremy
podia não ser um pai tão carinhoso, presente e perfeito, como muito por ai
tinham, mas era seu pai, a pessoa que lhe criou, a sua única família. Justin
sentia um vazio no peito e a única coisa que conseguia pensar era em vingança.
Tom Walker pagaria... Justin iria até o inferno, mas o mataria. Ele mesmo, com
suas próprias mãos vingaria a morte de seu pai, e ninguém o faria pensar
diferente, não a partir daquele dia.
Atlanta, Geórgia, EUA - 11, fevereiro, 2013 - 09h43min.
- Tchau pequena. - Allyson beijou a testa de
Andy, que saiu correndo, sumindo do seu campo de visão.
A
morena andava pelo parque, a espera de sua melhor amiga, Jazmyn,
despreocupadamente. Mal ela sabia que estava sendo observada, há dias. O homem
se encontrava escondido atrás de um poste, no qual tinha perfeita visão de seu
alvo. Assim como ela, mais cinco garotas estavam sendo vigiadas pelos capangas
do Bieber, um dos maiores traficantes de Atlanta.
- Fica quietinha e vem comigo. - o homem a
agarrou por trás e tapou sua boca.
As
ruas não estavam muito movimentadas, tudo estava calmo. Ally se debatia contra
o homem, mas ele era mais forte, ela nunca conseguiria se soltar.
-
Quieta ou morre. - falou e pôs um pano no nariz da jovem, que aos poucos foi
perdendo os sentidos.
MEU DEUS QUE PERFEITO!!! #LOUCAPORCOMMONDENOMINATOR
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